Submitted by Boris Flegr (boris@uerj.br) on 2021-01-07T18:50:13Z No. of bitstreams: 1 teseJuliana Leitao.pdf: 1548539 bytes, checksum: 3c0f539239e50d26d98cd6e66592c6b9 (MD5) Made available in DSpace on 2021-01-07T18:50:13Z (GMT). No. of bitstreams: 1 teseJuliana Leitao.pdf: 1548539 bytes, checksum: 3c0f539239e50d26d98cd6e66592c6b9 (MD5) Previous issue date: 2015-05-21 This thesis aims to evaluate the transition from youth to adulthood in Brazil, between 1970 and 2010, and to what extent changes occurred along that period represent ruptures, continuities, homogeneities, and heterogeneities among cohorts and intra-cohorts. The analytical focus of the discussion relates to changes in life course at a macrosociological level, in which institutional, conjunctural and structural aspects are involved. Sociological studies indicate an ongoing process of life course destandardization from the late 1960s to the early 1970s, marked by the pluralization of life styles and the postponing of stages. Such a phenomenon is aligned with a lesser interference of the State in individuals lives, described in the literature as desinstitucionalization. This new transitional model opposes the one observed after World War II, marked by standardization, when stages were associated to similar age groups. As transition to adulthood is regarded, such linearity is expressed by the sequence: leaving school, joining the labor market, and then leaving parents house, getting married, and having children. Based on Demographic Censuses from 1970, 1980, 1991, 2000 and 2010, the pertinence of referring to destandardization and deinstitutionalization of the transition to adulthood in Brasil was discussed. Results point to a scenario of flexibility in the modelling of transition for different socioeconomic groups. However, regarding the timing at which events occurred, it can not be said to be a universal phenomenon destandardization. There is no evidence that is happening in Brazil a process of desinstitutionalization life course. A general postponing in the age of leaving school and joining the labor market was observed, despite the remaining differences among socioeconomic groups: those with a lower income tend to join adulthood prematurely. As reproductive and/or familiar spheres are concerned, inequalities are more expressive, indicating an anticipation of the age of giving birth to the first child among women with a low income. Results of this thesis suggest the existence of a selective destandardization in Brazil O objetivo desta tese é analisar os processos de transição da juventude para a vida adulta no Brasil no período de 1970 a 2010 e avaliar em que medida as mudanças ocorridas ao longo das décadas representam rupturas, continuidades, homogeneidades e heterogeneidades entre coortes e intra-coortes. A vantagem de se analisar a juventude como transição é que ela permite incorporar ao discurso da juventude os conceitos de processo, transformação, temporalidade e historicidade. O enfoque analítico em que a discussão proposta se dá é o das mudanças no curso da vida no nível macrossociológico, em que estão envolvidos aspectos institucionais, conjunturais e estruturais. Na Sociologia, os estudos têm apontado que está em andamento desde o final dos anos 1960 e início dos 1970 um processo de despadronização do curso da vida, marcado pela pluralização dos estilos de vida e pelo adiamento de determinadas etapas de transição, fenômeno acompanhado por uma menor ingerência do Estado na vida dos indivíduos, descrito pela literatura como desinstitucionalização. Esse novo modelo de transição se contrapõe ao observado após a Segunda Guerra, que se caracterizava pela padronização do curso da vida. Nele, prevalecia um modelo de transição linear, em que os eventos do curso da vida ocorriam em idades semelhantes. No que diz respeito à passagem para a vida adulta, tal linearidade é expressa pela sequência: sair da escola, entrar no mercado de trabalho, para então, deixar a casa dos pais, casar-se e ter filhos. A partir dos dados dos Censos Demográficos de 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010, discutiu-se a pertinência em se falar em despadronização e desinstitucionalização da transição para a vida adulta no Brasil. Os resultados apontam para um quadro de flexibilização dos modelos de transição para os diversos grupos socioeconômicos. No entanto, no que se refere ao timing em que os eventos aconteceram, não se pode dizer que a despadronização seja um fenômeno universal. Não há também evidências de que esteja ocorrendo no Brasil um processo de desinstitucionalização do curso da vida. Observou-se o adiamento generalizado da idade da saída da escola e de entrada no mercado de trabalho, mas permaneceram as diferenças entre os grupos socioeconômicos: os que possuem menor renda tendem a entrar na vida adulta mais cedo. Na esfera reprodutiva e/ou familiar, as desigualdades são mais expressivas, sendo, inclusive de antecipação da idade do nascimento do primeiro filho entre as mulheres de renda baixa. Os resultados desta tese sugerem que ocorre no Brasil uma despadronização seletiva