Introdução: As Unidades de Cuidados Intermédios Médicos (UCIM) são necessidades reais dos hospitais modernos. Permitem redução de custos e melhoram a qualidade dos cuidados, tendo por base uma boa articulação entre os vários serviços hospitalares. Apresenta-se a casuística de uma UCIM, desde a sua abertura em 2005 até 2014, de modo a averiguar qual a sua realidade quando a cargo da Medicina Interna. Material e Métodos: Foi feita uma análise rectrospectiva e descritiva da UCIM supramencionada entre 29 de Outubro de 2005 e 31 de Dezembro de 2014. Resultados: Na UCIM foram admitidos 1641 doentes, sendo 46% do sexo feminino e 54% do sexo masculino, com uma idade média de 61 anos. O internamento demorou em média cerca de 4 dias. A grande maioria dos doentes provinha do serviço de urgência (45,3%), seguindo-se a enfermaria de Medicina Interna (27,1%) e a Unidade de Cuidados Intensivos (20,9%). Os principais motivos de admissão foram a pneumonia (33,5%), que surgiu com grande expressão, as intoxicações (8,7%), o tromboembolismo pulmonar (8,3%) e a insuficiência respiratória global (7,1%). A mortalidade foi de 5,7%. Foi feito step-up em 7,9% dos doentes e step-down em 92,1%, com a grande maioria dos doentes a ser transferido para a enfermaria de Medicina Interna. Nos 2 anos decorridos desde a instituição de ventilação não invasiva na UCIM, esta foi realizada em 23,0% dos doentes admitidos, sendo utilizada principalmente no contexto de exacerbação de doença pulmonar obstrutiva crónica (39,9% dos casos), pneumonia (30,3%) ou edema agudo do pulmão (20,8%). Conclusão: Esta Unidade vem reforçar a importância dos Intermédios, como ponte entre os diferentes serviços e forma de intervenção numa pluralidade de aspectos, resultando num elevado grau de eficácia e eficiência na melhoria dos cuidados e rentabilização de recursos, com uma baixa taxa de mortalidade.
Medicina Interna, Vol. 22 N.º 4 (2015): Outubro/ Dezembro