Este artigo comporta uma investigação sobre a natureza das ocupações profissionais e dos vínculos matrimoniais de três gerações da família Vieira dos Santos. Essa parentela de origem portuguesa contava com membros que imigraram para o sul da capitania de São Paulo no fim do século XVIII. Há três argumentos sustentados nesta análise. Primeiro, é evidenciado que a formação dessa parentela foi decorrente da absorção, por meio do casamento, de indivíduos que exerciam profissões como a de agricultor e ourives. Segundo, cumpre evidenciar que a vinda para o Brasil não gerou a permanência dos imigrantes nas ocupações dos seus ascendentes. A mudança para tal colônia portuguesa ocasionou o ingresso dos membros daquela família no comércio e em esferas da administração pública. Terceiro, é demonstrado que, no Brasil, os integrantes dessa parentela mantiveram uma prática adotada por seus ascendentes. Tal prática era selecionar padrinhos pertencentes a um mesmo grupo profissional. Os Vieira dos Santos radicados em Portugal e no Brasil empregaram análogas estratégias familiares. Uma consequência dessas estratégias foi reforçar o pertencimento dessa parentela a círculos sociais compostos por artífices e comerciantes.