A partir de 1824, imigrantes de língua alemã passaram a se estabelecer no Brasil de forma mais sistemática. Durante o período imperial (1822-1889), populações protestantes eram somente toleradas, não lhes sendo permitida a publicização da fé, por exemplo, através da arquitetura externa de seus templos. Este cenário se alteraria após a Proclamação da República. De sua tradição trazida da Europa, entendiam que o templo a ser construído na nova pátria (Brasil) precisava ser digno (würdig). O objetivo desta pesquisa é, em diálogo com o conceito de sagrado, analisar o imaginário de templo dos imigrantes de língua alemã no Brasil do século XIX. Em perspectiva do sagrado, no espaço sagrado do templo, as imagens representam uma abertura, uma porta para o alto, que permitem a comunicação com os deuses. Assim, todo o templo representa uma abertura para o totalmente outro (ganz andere), constituindo-se em espécie de hierofania, a imago mundi modelar, reprodução terrestre do modelo transcendente, razão pela qual, segundo nossa hipótese, os imigrantes protestantes entendiam ser necessário que fosse digno (würdig). [ABSTRACT FROM AUTHOR]