Objetivo. Comparar a epidemiologia da resistência aos antimicrobianos em bactérias isoladas de amostras hospitalares e ambulatoriais no Equador. Métodos. Foi feita uma análise secundária de dados sobre bactérias isoladas de amostras hospitalares e ambulatoriais. Os dados foram obtidos do banco de dados nacional de vigilância da resistência aos antimicrobianos de 2018 do Centro Nacional de Referência para a Resistência aos Antimicrobianos. As variáveis incluídas foram: idade, sexo, ambiente hospitalar versus ambiente ambulatorial, tipo de espécime, espécies bacterianas identificadas, padrão de resistência a antibióticos e área geográfica. Resultados. Foram incluídos no estudo os dados de 57 305 isolados bacterianos: 48,8% eram de pacientes hospitalizados, 55,7% eram de mulheres e 60,1% eram de pacientes com mais de 45 anos. As amostras clínicas mais comuns foram urina (42,9%) e sangue (12,4%). No total, 77,1% dos isolados bacterianos eram gram-negativos (83% e 71% em pacientes ambulatoriais e pacientes internados, respectivamente). As espécies gram-positivas e gram-negativas mais comuns foram Staphylococcus aureus e Escherichia coli, respectivamente. Os níveis de resistência aos antimicrobianos foram elevados (até 80% para alguns antimicrobianos) e foram mais elevados em pacientes hospitalizados em comparação com pacientes ambulatoriais. Foram encontradas várias carbapenemases que conferem resistência aos carbapenêmicos (antibióticos de último recurso) em bactérias gram-negativas. Conclusões. Os resultados do estudo fornecem uma importante linha de base sobre a resistência aos antimicrobianos no Equador. Isto permitirá o fortalecimento das diretrizes do sistema de vigilância, a criação de políticas públicas para padronização de metodologias laboratoriais, o manejo adequado de informações e o desenvolvimento de diretrizes para a antibioticoterapia empírica com base na epidemiologia local. [ABSTRACT FROM AUTHOR]