Gradientes geográficos no tamanho corporal expressam restrições climáticas sobre os animais, mas a existência e a causa dessas restrições permanecem controversas para ectotérmicos. Quando aplicada aos anfíbios, a hipótese da conservação de água postula que quanto maior o tamanho corporal, menor é a perda de água evaporativa (EWL) ao longo de gradientes de desidratação. Para abordar essa hipótese mecanisticamente, utilizamos equações biofísicas bem estabelecidas de trocas de água em anuros e propomos um modelo de transição de estados que prediz um aumento no tamanho corporal ou na resistência à EWL como especializações alternativas ao longo de gradientes de desidratação. O modelo prediz que as espécies para as quais a economia de água é mais sensível à variação no tamanho corporal do que à variação na resistência a EWL deve aumentar em tamanho em resposta a um aumento na evapotranspiração potencial (PET). Para avaliar as predições do modelo, combinamos medidas fisiológicas de resistência à EWL com dados geográficos de tamanho corporal para quatro espécies de anuros. Esperava-se que apenas uma espécie, Dendropsophus minutus , exibiria uma relação positiva entre tamanho corporal e PET. Os resultados foram como preditos para todos os casos, com uma espécie— Boana faber —mostrando uma relação negativa. Baseado em um modelo matemático verificado empiricamente, mostramos que gradientes de tamanho corporal em anuros dependem da combinação de tamanho corporal e resistência e emergem como uma vantagem para conservação de água. Nosso modelo fornece uma explicação mecanística e convincente para a causa e a variação de gradientes de tamanho corporal em anuros. [ABSTRACT FROM AUTHOR]