O SARS-CoV-2 é facilmente disseminado por aerossóis e contato direto com pessoas contaminadas. Logo, as condições adversas em áreas rurais podem influenciar a propagação do vírus. Desta forma, estabeleceu-se uma reflexão acerca da disseminação da COVID-19 em função do hábito de lavar as mãos, das condições de saneamento, dos aspectos socioeconômicos e das condições habitacionais em 26 comunidades quilombolas rurais do estado de Goiás. Para isso foram levantadas informações in loco em 533 domicílios e aplicou-se a Analytic Hierarchy Process, utilizando-se critérios selecionados com base na literatura. As comunidades apresentaram uma priorização para a disseminação da COVID-19 variando de 14,9 x 10-3 (pior condição) a 64,3 x 10-3 (melhor condição), na qual a Comunidade José Coleto ocupou a posição mais desfavorável. Buracão mostrou um resultado mais satisfatório, sendo esta menos susceptível à disseminação da COVID-19. A melhoria nas condições de saneamento pode aumentar o hábito da higiene com as mãos, o que reduziria a disseminação da COVID-19 e de outras doenças infecciosas. Assim, a partir dos resultados obtidos, é perceptível a importância do empoderamento quanto aos hábitos de higiene, acesso à informação, saneamento básico e à saúde. Os gestores devem ter uma maior disposição para implantar infraestrutura e melhorar as condições dos critérios apresentados e discutidos neste trabalho.