Analisa a criação, a recepção e o abandono do método Pinotti de combate à malária: sal de cozinha misturado com cloroquina. Idealizado no início da década de 1950 pelo malariologista brasileiro Mario Pinotti como ação profilática e terapêutica contra a malária, foi testado durante a primeira metade daquela década e utilizado no Brasil entre 1959 e 1961, como parte da campanha de erradicação da malária coordenada pela Organização Mundial da Saúde. Conquistou reconhecimento no cenário internacional da saúde, sofreu críticas e foi testado em outros países até meados dos anos 1960. Argumentamos que, no Brasil, o abandono foi devido, sobretudo, ao ocaso político de seu criador, a partir de 1960.The article analyzes the creation, acceptance, and abandonment of a means of fighting malaria known as the Pinotti method: kitchen salt mixed with chloroquine. The early 1950s brainchild of Brazilian malariologist Mario Pinotti, this method was intended to both prevent and treat malaria. Chloroquine-medicated salt was tested during the first half of that decade and used in Brazil from 1959 through 1961 as part of a malaria eradication campaign coordinated by the World Health Organization. The method won recognition on the world health stage, drew criticism, and underwent testing in other countries until the mid-1960s. We argue that Brazil's abandonment of the method was primarily due to the political decline of its creator, which began in 1960.