O presente estudo parte do princípio que o atual modelo de gestão, Decreto-Lei nº 75/2008, de 22 de abril, ao atribuir centralidade ao diretor da escola não agrupada ou agrupamento de escolas pode ser um fator de erosão da gestão democrática e, consequentemente, de fragmentação das práticas de colegialidade dos profissionais. Para uma compreensão, no plano da ação, dessa nova realidade, recorreu-se ao método do estudo de caso e apresentam-se dados relacionados com o perfil do diretor da escola, bem como com a liderança exercida por esse ator no anterior e no atual modelo de gestão. Neste âmbito, as técnicas de recolha de dados consistiram no inquérito por entrevista a diferentes atores escolares, bem como na análise de documentos de cariz oficial. Os resultados deste estudo apontam para a existência de uma congregação de ações e lógicas afetas tanto a uma liderança de tipo empresarial e gerencial, como a uma liderança antagonista/reivindicativa e, ainda, a uma liderança democrática. É nesse contexto que são reveladas algumas dimensões dos diferentes tipos de liderança, uma liderança multifacetada, rompendo com um certo mito de um tipo único de liderança exercido pelo diretor de escola, independentemente dos grupos com quem interage, das situações imprevistas e das incertezas que venham a surgir no quotidiano de uma escola