Introdução: O câncer de corpo uterino é um dos tumores ginecológicos mais prevalentes na pós-menopausa, sendo o adenocarcinoma o mais frequente. Em alguns casos, o sítio primário, endométrio ou colo uterino, só pode ser definido pela imuno-histoquímica. Objetivo: Relatar caso de adenocarcinoma de endométrio de conclusão diagnóstica com estudo imuno-histoquímico. Relato de Caso: Paciente de 48 anos, G IV P III, índice de massa corpórea (IMC) 21 kg/m2, vem encaminhada pela Clínica da Família em razão de pólipo em colo uterino. Referia sangramento transvaginal contínuo e discreto, dispareunia, corrimento abundante e dor hipogástrica. Trouxe resultado de citologia (normal) e ultrassonografia transvaginal (USG TV) com útero aumentado de volume, eco endometrial 19 mm, imagem nodular hipoecoica no canal cervical. Ao exame: colo fibroelástico, doloroso à mobilização, dor à palpação de anexos, útero aumentado de volume. Foi indicado tratamento de doença inflamatória pélvica (DIP) e retorno para avaliar histeroscopia. Retornou em dois meses, com mesma sintomatologia e tratamento inadequado para DIP (apenas doxiciclina). Indicou-se internação hospitalar para tratamento. Mantinha dor pélvica e saída de secreção purulenta em grande quantidade do colo uterino. Foi indicada curetagem uterina pela impossibilidade de ser submetida à vídeo-histeroscopia. Retornou no mês seguinte após curetagem, com queixa de sinusorragia. Ao exame: útero de volume aumentado, colo uterino endurecido, volumoso, com infiltração tumoral. Toque retal: paramétrio infiltrado em terço médio à esquerda e proximal ao colo à direita. Resultado histopatológico da curetagem: adenocarcinoma moderadamente diferenciado, não se podendo definir se a origem é de colo ou endométrio. Optou-se por imuno-histoquímica para definição diagnóstica. Resultado: CK7, receptores de estrogênio positivos e vimentina, antígeno carcinoembriônico (CEA) e CK20 negativos; favorecem diagnóstico de adenocarcinoma do endométrio do tipo endometrioide grau 2. Conclusão: O diagnóstico do adenocarcinoma de endométrio, geralmente, é histológico, porém o uso da imuno-histoquímica é importante principalmente em casos de envolvimento do colo uterino.