Introdução: A COVID-19 é uma síndrome respiratória causada pelo SARS-CoV-2 e em março de 2020 foi declarada como pandemia pela Organização Mundial de Saúde. As infecções são importantes causas de morbimortalidade no transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) devido ao regime de quimioterapia e seus consequentes efeitos de mielossupressão. Estudos apontam que receptores de TCTH possuem risco moderado-severo de pneumonia por COVID-19 e maior mortalidade se comparados à população em geral. Diante disso, diretrizes foram publicados para prover assistência na decisão médica. Mesmo assim, houve redução nos TCTH não-aparentados realizados no Brasil. Objetivo: Analisar retrospectivamente impactos e vislumbrar perspectivas dos TCTH diante da pandemia de COVID-19. Material e métodos: Levantamento bibliográfico nas plataformas PubMed e Scielo, com base nos descritores: “impacto”; “COVID-19”, “medula óssea”. Resultados: Há maior risco de mortalidade em receptores de TCTH com COVID-19, chegando a 28% quando comparado a população geral. Vários fatores estão associados: idade avançada, menor tempo de transplante e linfopenia. Não foram observadas diferenças entre os tipos de transplantes, porém o TCTH alogênico parece ser um preditor de gravidade. O RNA-SARS-Cov-2 pode ser encontrado em receptores de TCTH em até 78 dias após o início dos sintomas, indicando que esses pacientes precisam de isolamento prolongado. Mudanças nas estratégias dos serviços do TMO foram necessárias para proteger os receptores e doadores, como as do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, o que diminuiu significativamente o número de internações na enfermaria de TMO no primeiro semestre de 2020 comparado aos anos anteriores, com média de 16% , além de redução em 75% nos atendimentos ambulatoriais. Em contrapartida, o número de transplantes a nível nacional (REDOME) apresentou redução em média de 30% nos anos de 2020-2021 em relação a 2019. Conclusão: A COVID-19 pode gerar um impacto negativo no paciente transplantado, uma vez que este permanece imunossuprimido por um longo período, tornando-se vulnerável a infecções. Os estudos sobre o impacto direto dessa infecção não são conclusivos, portanto, é necessário se atentar aos cuidados adotados para diminuir o risco de contaminação e seguir as diretrizes para a realização dos transplantes durante a pandemia.