Introdução: A artrite reumatóide (AR) é uma doença autoimune incapacitante. Os agentes biológicos vieram alterar drasticamente o curso natural da doença. Este estudo avaliou o impacto destes fármacos na vida dos doentes com AR e analisou os fatores preditores de melhor resposta ao tratamento. Material e Métodos: Estudo retrospetivo de 80 doentes com AR que realizaram tratamento biológico entre Janeiro de 2004 e Abril de 2015 no Hospital Senhora de Oliveira, Guimarães (Portugal). Os doentes foram avaliados retrospetivamente antes e 6 meses após tratamento biológico. Resultados: Foram analisados 80 doentes com AR, 62 mulheres (77,5%) e 18 homens (22,5%), com idade média ao diagnóstico de 45,5 anos (± 13,0). Dos doentes, 67,1% apresentaram positividade para o fator reumatóide e 55,4% para o anticorpo anti-citrulina. Verificou-se uma associação entre a positividade destes anticorpos e o diagnóstico de AR (p ≤ 0,001). O etanercept foi o agente biológico utilizado na maioria dos doentes (75,9%), sendo que 15 (18,8%) doentes suspenderam o biológico e 19 (24,1%) realizaram switch. Em 6 meses de tratamento biológico, verificou-se uma redução significativa dos valores da velocidade de sedimentação, da proteína C reativa e do Disease Activity Score (DAS28), que reduziu de 4,91 ± 1,31 para 2,53 ± 1,10 (p ≤ 0,001). Discussão: Os resultados confirmam os múltiplos benefícios da utilização dos biológicos em doentes com AR. Conclusão: Os biológicos reduzem significativamente o grau de atividade da doença, os parâmetros inflamatórios e a sintomatologia dos doentes com AR.
Medicina Interna, Vol. 25 N.º 3 (2018): Julho/Setembro