CNPq Fungos endofíticos vivem com seus hospedeiros sem lhes causar danos, fornecendo-lhes condições adequadas para sobreviverem aos estresses do meio ambiente. As interações entre plantas e fungos endofíticos vêm evoluindo há milhões de anos e podem tornar-se ainda mais complexas se o hospedeiro for uma planta medicinal, pois alguns destes fungos produzem os mesmos compostos que seus hospedeiros. O objetivo deste trabalho foi analisar a diversidade de fungos da planta medicinal Myracrodruon urundeuva em brejo de altitude e Caatinga, Pernambuco, Brasil, e avaliar seu potencial para produção de L-asparaginase. Amostras de folíolos de M. urundeuva (Anacardiaceae) foram coletadas em duas areas na floresta tropical seça (Caatinga) no nordeste do Brazil nos municipios de Serra Talhada (7°57’21.38”S, 38°17’43.92”W) e Triunfo (7°49’32.99”S., 38°6’54.21”O), Pernambuco, na estação seca (julho, 2016). Dados ecológicos de riqueza e diversidade foram obtidos. E para a produção da L-asparaginase foram selecionados 20 fungos endofíticos pertencentes a nove gêneros (sete isolados da Caatinga e 13 de brejo de altitude). O teste foi realizado atraves da fermentação submersa. Dos 672 fragmentos de folíolos analisados, foram isolados 187 fungos endofíticos (35 de Caatinga e 152 de brejo de altitude). A taxa de colonização para a Caatinga ficou em 10.41% e para brejo de altitude 39.58%. Com base nas sequências de ITS e resultados BLASTn, foram identificados 12 gêneros (Diaporthe foi o mais frequente). As análises filogenéticas indicaram a relação com sete ordens: Ascomycota (Botryosphaeriales, Chaetothyriales, Diaporthales, Eurotiales, Glomerellales, Hypocreales, and Pleosporales) e uma ordem em Basidiomycota (Polyporales). Os resultados ecológicos apontaram o gênero Talaromyces (IndVal = 1; p