The existence of a phonological system – a system of meaningless building blocks that make up meaningful words – is often considered a prerequisite for language, and the discovery that sign languages used by deaf people have a meaningless level of structure convinced linguists that they are real languages. But the question of how a phonological system arises has not previously been addressed, since all spoken languages are old or descended from old languages, and most sign languages that have been studied have also been around for some time. The present study is a step toward documentation of the formation of phonological categories in a new sign language, Al-Sayyid Bedouin Sign Language (ABSL), which arose recently in an insular community with a high incidence of deafness. The work is motivated by the observation that this new language appears to exhibit a good deal of cross-signer variation in the formation of signs (Aronoff et al 2008). To put this observation to the test, we measure the amount of variation across 10 signers in the production of one phonological category – handshape – in 15 signs of ABSL, and compare it with handshape production in two other, more established sign languages: Israeli Sign Language (ISL) and American Sign Language (ASL). Our methodology measures the degree of cross-signer consensus with respect to each meaningless phonetic feature of handshape as well as the number of variants (indicating the range of variation), and reveals a consistent pattern across the three languages: The largest amount of variation is found in ABSL; ISL is next; and ASL shows the least amount of cross-signer variation in production of the handshape category. These results suggest that phonological categories are still in the process of being formed in the new language, and we appeal to a combination of historical and social factors to explain this ABSL > ISL > ASL cline. The findings and analysis offer a glimpse into the development of phonological categories in a new language.
A existência de um sistema fonológico – um sistema em que se articulam unidades com um significado mínimo para a criação de palavras significantes – é, muitas vezes, considerada como um pré-requisito para a linguagem. A descoberta de que as línguas gestuais contêm um nível de estrutura significante convenceu, definitivamente, os linguistas de que tratava de verdadeiras línguas. Contudo, a questão da emergência do sistema fonológico não foi ainda tratada, tendo em conta que, por um lado, as línguas orais são línguas antigas ou descendentes de línguas antigas e, por outro lado, a maior parte das línguas gestuais que foram estudadas até aos dias de hoje, já têm algum tempo de existência. O presente estudo constitui-se como um passo que documenta a formação de categorias fonológicas numa nova língua gestual: a Língua Gestual Al-Sayid Beduína (ABSL). Esta nova língua emergiu recentemente numa comunidade isolada com uma grande incidência de Surdez. Este trabalho foi motivado pela observação de que esta nova língua parece exibir uma variação na formação de gestos entre os gestuantes (Aronoff et al. 2008). Para dar conta deste fenómeno, medimos a variação de 10 gestuantes relativamente à produção de uma categoria fonológica – configuração – em 15 gestos de ABSL, comparando os resultados com a produção da configuração em duas outras línguas mais estabelecidas – a ISL (Língua Gestual Israelita) e a ASl (Língua Gestual Americana). A nossa metodologia mede o grau de consenso entre os gestuantes, relativamente a cada característica fonética da configuração e ao número de variantes exibido, revelando um padrão consistente nas três línguas em estudo. A maior quantidade de variação foi encontrada em ABSL, seguida da ISL. A ASL foi a língua que apresentou menos variação na produção da categoria configuração. Estes resultados sugerem que as categorias fonológicas ainda se encontram em processo de formação numa nova língua e acreditamos que a combinação de factores históricos e sociais podem explicar a gradação exibida ABSL > ISL > ASL. Os nossos achados e a sua análise oferecem um primeiro olhar relativamente ao desenvolvimento das categorias fonológicas numa nova língua.