Essa tese é composta por três artigos nas áreas de demografia econômica e economia da saúde. O primeiro capítulo analisa a evolução da desigualdade de expectativa de vida entre estados no Brasil. A partir do uso de métodos demográficos, estimo os principais responsáveis pela diminuição da convergência em expectativa de vida no país. A análise sugere que a mortalidade de jovens adultos, adultos de meia idade e mortalidade por causas externas são os principais candidatos para explicar esse fenômeno, com a mortalidade de idosos ganhando maior importância nos últimos anos. O segundo capítulo, um trabalho conjunto com Damian Clarke e Rudi Rocha, investiga a relação causal entre gastos em saúde e mortalidade infantil. A partir da variação em gastos públicos em saúde induzida pela aprovação da Emenda Constitucional No 29 do ano 2000 documentamos os efeitos de gastos em saúde sobre mortalidade infantil e os mecanismos pelos quais esse efeito se dá. Nossos resultados sugerem que aumentos de gastos em saúde levaram a uma maior cobertura de atenção básica, oferta de hospitais municipais e de profissionais de saúde de qualificação relativamente mais baixa. Associadas a esses efeitos, documentamos reduções moderadas na taxa de mortalidade infantil até 24 horas e na taxa de mortalidade infantil perinatal. Também encontramos reduções no longo prazo na taxa total de mortalidade infantil, taxa de mortalidade infantil sensível à atenção primária e por causas infecciosas e respiratórias. Nossos resultados contribuem com a literatura sobre os impactos de gastos em saúde fornecendo um dos primeiros parâmetros causais identificados sobre a relação entre gastos em saúde e resultados de saúde. Por fim, o terceiro capítulo apresenta um artigo que combina as áreas de economia da saúde e economia política. Neste artigo, analiso a relação entre limites de mandatos e ciclos políticos oportunísticos, e os retornos eleitorais de gastos em saúde pública. A partir da mesma variação de gastos estudada no segundo capítulo, descrevo as diferentes alocações de recursos praticadas por municípios com prefeitos/as em primeiro e segundo mandato. Além disso, documento os retornos eleitorais resultantes do aumento de gastos em saúde. Os resultados sugerem que os limites de mandato incentivam comportamento oportunístico e que os eleitores recompensam aumentos em gastos em saúde. As evidências sugerem que este efeito é mediado por um aumento da cobertura em atenção primária e aumento na oferta de hospitais. This thesis consists of three papers on demographic and health economics. The first chapter documents trends in life expectancy inequality across Brazilian states. We apply demographic methods to estimate the main determinants of the slowdown of the convergence process. Our analysis suggests that young adult and mid-aged mortality and mortality due to external causes are the main drivers of that process, with elderly mortality gaining importance in the last years. The second chapter, a joint work with Damian Clarke and Rudi Rocha, treats Brazil as a case study to document the causal effects of health spending on infant mortality. By leveraging the variation in health spending promoted by Brazil's 29th Constitutional Amendment of 2000, we are able to document not only the effects of health spending on infant mortality, but also the links in the chain connecting spending to health outcomes. We show that increases in health spending translate into greater primary care coverage, higher supply of hospitals and low skilled professionals. We then document moderate reductions in infant mortality within 24 hours and due to perinatal conditions, as well as long term reductions in total infant mortality, infant mortality amenable to primary care, and infant mortality by infectious and respiratory causes. Our results contribute to the literature on the impacts of health spending by providing one of the first causal parameters of the relationship between spending and health outcomes. Lastly, the third chapter combines health economics with political economy to describe the relationship between term limits and opportunistic political business cycles in public health care, and to document the electoral returns of public health spending at the local level. By leveraging the variation in health spending promoted by Brazil's 29th Constitutional Amendment of 2000 we are able to describe differential increases in spending, types of spending and health inputs, between municipalities with mayors in first and second mandates. Moreover, we take advantage of this exogenous variation to estimate the electoral returns to health spending. Our results suggest that term limits lead to opportunistic behavior and that voters reward increases in health spending. The estimates suggest that this effect is mediated by increases in primary care coverage and the supply of hospitals.