Objetivo. Avaliar as características, o uso autorrelatado de tabaco, o conhecimento e as percepções sobre o abandono do tabagismo entre os profissionais da área de oncologia (PAO), bem como as barreiras percebidas, a fim de guiar intervenções que possam melhorar as taxas de abandono e o prognóstico de pacientes com câncer na América Latina. Métodos. Realizou-se um estudo transversal com 996 PAO em seis instituições de oncologia localizadas na Argentina, no Brasil, na Colômbia, no México e no Peru. Administrou-se uma pesquisa on-line com 28 perguntas fechadas, adaptadas do levantamento realizado em 2012 pela Associação Internacional para o Estudo do Câncer de Pulmão e do Global Adult Tobacco Survey (Levantamento Global do Tabagismo em Adultos). Resultados. A maioria dos PAO, variando de 86,1% (no México) a 95,9% (no Brasil), concordou parcial ou totalmente com a necessidade de integrar o abandono do tabagismo ao tratamento do câncer. Entretanto, o treinamento inadequado sobre o abandono do tabagismo foi relatado por 66,9% no México, 69,4% na Colômbia (Floridablanca), 70,4% na Argentina, 72,9% no Peru, 85,8% no Brasil e 86,4% na Colômbia (Medellín), e essa diferença foi estatisticamente significante (p < 0,001). Além disso, a prevalência atual de consumo de cigarro entre os PAO foi de 2,5% no Brasil, 4,6% no Peru, 6,3% na Colômbia (Floridablanca), 10,4% na Colômbia (Medellín), 11,5% no México, e 15,1% na Argentina, mostrando uma diferença estatisticamente significante (p < 0,001). Conclusões. Os esforços na América Latina devem ser direcionados para o auxílio aos PAO em seus esforços de abandonar o tabagismo e para o treinamento sobre métodos para abandono do tabagismo, com o objetivo de melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes com câncer. [ABSTRACT FROM AUTHOR]