Resumo As organizações sentem crescentemente a necessidade de mostrar à sociedade as ações que realizam, assim como a sua preocupação com o ambiente envolvente de forma a legitimar a sua aceitação na comunidade, através do uso de técnicas de relações públicas para mediar esse processo comunicativo. Com o aparecimento da Covid-19, governo, entidades públicas e autarquias tiveram de ter especial atenção na maneira como prestam serviços e comunicam com os cidadãos para assegurar essa mesma legitimidade. A legitimidade como processo estratégico da comunicação num órgão autárquico é central neste estudo. No caso, analisar-se-á a legitimação através da comunicação do município a partir de uma entrevista de profundidade com o profissional responsável pela comunicação, da análise de conteúdo das notas de imprensa divulgadas pela Câmara Municipal da Covilhã, e com dados recolhidos em quatro focus group de modo a compreender os processos e as expectativas legitimativos da Câmara Municipal da Covilhã do ponto de vista dos cidadãos. Através do estudo deste caso, pode concluir-se que a comunicação da mesma não é planificada, nem gerida de forma estratégica. Embora consciente e apesar da autarquia comunicar regularmente nas redes sociais, as suas comunicações não chegam a todas as faixas etárias e são na sua maioria informativas. Os cidadãos mostram atribuir mais relevo a estruturas e líderes e menos a processos e resultados como dimensões da legitimidade. [ABSTRACT FROM AUTHOR]