Introduc¸a˜o: O impacto dos cuidados po´s-reanimac¸a˜o precoce em ambiente intrahospitalar, de vı´timas de paragem cardio-respirato´ria (PCR) ocorrida no pre´-hospitalar e´ insuficientemente conhecido. Tendo por base as intervenc¸o˜es terapeˆuticas e os achados laboratoriais estudaram-se os factores preditivos de mortalidade aos 6 meses, recorrendo a um modelo de ana´lise por regressa˜o logı´stica. Material e me´todos: Estudo retrospectivo dos registos clı´nicos de vı´timas de PCR reanimados num hospital comunita´rio entre 1998 e 2000. Para ale´m de varia´veis pre´-hospitalares, a me´dia dos valores de indicadores clı´nicos como a pressa˜o arterial, glicemia e terapeˆuticas efectuadas, nas primeiras 72 horas, foram incluı´das num modelo de ana´lise de regressa˜o logı´stica, tentando predizer a sobreviveˆncia aos 6 meses apo´s o evento. Resultados: Os registos de 98 de um total de 102 doentes, apresentavam informac¸a˜o suficiente para serem incluı´dos na ana´lise. As varia´veis associadas de forma independente com a probalidade de sobreviveˆncia foram: a idade; tempo decorrido ate´ a´ recuperac¸a˜o de circulac¸a˜o espontaˆnea; nı´veis me´dios de pota´ssio e glicose se´ricos; utilizac¸a˜o de B-bloqueantes na fase po´s reanimac¸a˜o. Quando se excluem os doentes que tiveram uma “ordem de na˜o reanimar” (DNR) nas primeiras 72 horas de tratamento, os valores de glicemia e a utilizac¸a˜o de B-bloqueantes mantiveram uma associac¸a˜o independente com a sobreviveˆncia. Concluso˜es: Este estudo sugere a associac¸a˜o entre factores intra-hospitalares e a probalidade de sobreviveˆncia apo´s PCR extra-hospitalar. Os nı´veis me´dios da glicemia e da cale´mia nas primeiras 72 horas de tratamento e a utilizac¸a˜o de B-bloqueantes associaram-se com a probalidade de sobreviveˆncia aos 6 meses, de forma independente e significativa [Copyright 2003 Elsevier]