Proponho neste artigo discutir a noção de intericonicidade desenvolvida por Jean-Jacques Courtine, conhecido como o pai da memória discursiva no cenário da Análise do Discurso Francesa, no período de 2003 a 2011, em seu curso Anthropologie et histoire des images na Sorbonne Nouvelle - Paris 3. Nesse contexto, destaco o deslizamento do estudo da materialidade da língua para a materialidade da imagem, colocando em evidência seu ponto comum: a repetição. Para tanto, passo do caráter da repetição no interior de uma imagem para, depois, considerá-la em seus movimentos de intericonicidade, que fazem deflagrar um arquivo mental de imagens comoformas de repetição de uma imagem primeira. Para exemplificar tais questões, apoio-me na tela de 1940 do pintor brasileiro Alberto Guignard, intitulada As Gêmeas, a fim de mostrar um quadro de genealogia da repetição das imagens e de discursos possíveis. Por fim, friso o lugar da historicidade para ofuncionamento discursivo da repetição da imagem e de seus discursos. [ABSTRACT FROM AUTHOR]