Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES O câncer de mama é uma doença crônica de etiologia multifatorial, incidência mundial crescente e que apresenta elevadas taxas de mortalidade. Dentre os fatores associados ao estilo de vida, a alimentação saudável mostra-se de grande relevância não apenas na prevenção, como também durante o tratamento desse tipo de neoplasia. A redução de toxicidades, melhora da qualidade de vida, melhores prognósticos e sobrevida aumentada podem ser reflexos de práticas alimentares saudáveis durante a terapia oncológica. Nesse sentido, o presente estudo se propôs a avaliar os efeitos de uma intervenção nutricional e dietética na qualidade de vida e nas toxicidades de mulheres com câncer de mama que iniciam o tratamento quimioterápico neoadjuvante. Para isso foi realizado um ensaio clínico randomizado, com pacientes do sexo feminino, diagnosticadas com câncer de mama que iniciaram o tratamento quimioterápico neoadjuvante a partir de novembro de 2018 a dezembro de 2019, no Centro Avançado de Oncologia (CECAN), da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer, localizado no município de Natal/RN, Brasil. As voluntárias foram randomizadas e alocadas em grupos paralelos, onde os grupos controle (GC) e intervenção (GI) receberam aconselhamento nutricional sobre práticas alimentares saudáveis durante o tratamento e, adicionalmente, apenas o GI recebeu um plano alimentar individualizado. Os dois grupos foram acompanhados durante os três primeiros ciclos da quimioterapia, momentos nos quais foram realizadas avaliações nutricionais, antropométricas, de força muscular, da qualidade de vida, a partir do questionário QLQ C-30 da European Organization for Research and Treatment of Cancer (EORTC), e das toxicidades, conforme classificação do Common Terminology Criteria for Adverse Events (CTCAE). Os testes Qui-quadrado e exato de Fisher foram utilizados para comparar as proporções entre os grupos. Com o teste t para amostras pareadas compararam-se dados antropométricos e de força entre os grupos, no início e ao final do estudo. A equação de estimativa generalizada foi utilizada para verificar o efeito de interação grupo e tempo nas variáveis selecionadas. Foram acompanhadas 34 mulheres, sendo quinze alocadas no GC e dezenove no GI, com idade média de 45,5 ± 8,6 e 44,3 ± 9,2 anos, respectivamente em cada grupo. Ao longo do estudo, o GC reduziu de forma significativa sua força de preensão manual, enquanto o GI preservou essa medida (P = 0,009). Embora não tenham sido observadas diferenças significativas entre os grupos em relação à saúde global/QV, dentro das escalas funcionais, a função laboral apresentou declínio no GC (P < 0,001 para interação). Ainda, nas escalas de sintomas do EORTC – QLQ-C30 o GI apresentou menos náuseas/vômitos (P < 0,001 para interação) e perda de apetite (P < 0,001 para tempo). Em relações às toxicidades, o GI, também, apresentou menor frequência de leucopenia no terceiro ciclo de quimioterapia (P = 0,034) e menor frequência de dor abdominal no segundo ciclo do tratamento (P = 0,034), quando comparado ao GC. Em conclusão, os resultados apontam que a intervenção dietética preserva um domínio de qualidade de vida relacionada à função laboral, produz reflexos na ocorrência de náuseas/vômitos e perda de apetite, podendo reduzir a frequência de leucopenia e de dor abdominal durante o tratamento quimioterápico neoadjuvante. Breast cancer is a chronic disease of multifactorial etiology, with an increasing worldwide incidence and with high mortality rates. Among the factors associated with lifestyle, healthy eating is of great relevance not only in prevention, but also during the treatment of this type of cancer. The reduction of toxicities, improved quality of life, better prognosis and increased survival may be reflections of healthy eating practices during cancer therapy. In this sense, the present study aimed to evaluate the effects of a nutritional and dietary intervention on the quality of life and toxicities of women with breast cancer who start neoadjuvant chemotherapy. For this, a randomized clinical trial was carried out with female patients diagnosed with breast cancer who started neoadjuvant chemotherapy treatment from November 2018 to December 2019, at the Advanced Oncology Center (CECAN), of the North Riograndense League Against Cancer, located in Natal / RN, Brazil. The volunteers were randomized and allocated to parallel groups, where the control (CG) and intervention (GI) groups received nutritional advice on healthy eating practices during treatment and, in addition, only the intervention group received an individualized diet plan. The two groups were followed during the first three cycles of chemotherapy, moments in which nutritional, anthropometric, muscle strength, quality of life assessments were performed, using the QLQ C-30 questionnaire from the European Organization for Research and Treatment of Cancer (EORTC), and toxicities, according to the Common Terminology Criteria for Adverse Events (CTCAE) classification. The Chi-square and Fisher's exact tests were used to compare the proportions between groups. With the t test for paired samples anthropometric and strength data were compared between groups, at the beginning and at the end of the study. The generalized estimation equation was used to verify the effect of group and time interaction on the selected variables. Thirty four women were followed up, 15 of whom were allocated to the CG and 19 to the IG, with an average age of 45.5 ± 8.6 and 44.3 ± 9.2 years, respectively in each group. Throughout the study, the CG significantly reduced its handgrip strength, while the IG preserved this measure (P = 0.009). Although no significant differences were observed between groups in relation to global health / QOL, within the functional scales, the job function showed a decline in the CG (P